Deve-se notar imediatamente que os europeus se lavaram na Idade Média. E o sabão apareceu bastante tarde - veio do sul, foi fabricado pela primeira vez em Aleppo sírio e começou a aparecer em grande número já durante o tempo das cruzadas. Os habitantes do sul da Europa puderam se familiarizar com essa coisa maravilhosa no século VIII, mas no norte da Europa começou a aparecer apenas no século XII.
Mesmo com o advento do sabão, as pessoas não eram muito viciadas em procedimentos de banho. Afinal, o sabão era caro, a água tinha que ser aquecida, gastando lenha nela. Mas esse não foi o caso.
Por que as pessoas não se lavaram?
A própria religião cristã, na forma em que foi apresentada às massas na Idade Média, indicou que o corpo humano é um “vaso com pecados” e a alma é eterna. E acreditava-se que cuidar do corpo é pecaminoso. Ainda mais: sujeira, piolhos, um odor desagradável eram considerados símbolos de santidade. Era necessário andar com roupas rasgadas, de forma desarrumada, para alcançar a santidade. Também se acreditava que, após a lavagem, uma pessoa pode lavar a proteção - a água que permaneceu nela após o batismo. E as pessoas não lavaram.
Não tendo o hábito de lavar, estavam simplesmente assustados, mesmo que tivessem que mergulhar na água por causa de alguma necessidade. Como resultado, mesmo no século 19, os médicos tiveram que fazer muitos esforços para convencer uma pessoa a começar a lavar. O resultado dessa atitude em relação à higiene acabou sendo lógico - pessoas, mesmo nobres, morreram de piolhos e sarna.
Atitude em relação à higiene em diferentes séculos
Os antigos gregos e romanos, os cuidados com o corpo e os procedimentos de higiene tornaram-se uma espécie de culto e, em qualquer caso, eram considerados um dos prazeres mais agradáveis. A rejeição medieval à limpeza não surgiu repentinamente - já nos séculos 15 e 16, pessoas de famílias mais ou menos abastadas tentavam lavar-se pelo menos uma vez a cada seis meses. Além disso, banheiras foram usadas como procedimentos médicos. Mas a partir do século XVI, essa prática não deu em nada e, nos séculos 17 e 18, as pessoas tentam não se lavar. Somente no século XIX a situação começou a mudar.
Fato interessante: um estado de coisas semelhante estimulou o desenvolvimento da perfumaria. Para abafar odores desagradáveis, foram criados perfumes que foram ativamente comprados e usados por pessoas ricas. Isso resolveu o lado ético da questão, mas não reduziu os problemas em termos de falta de higiene e as consequências de tal situação.
Falta de higiene e consequências
Uma situação semelhante não poderia passar sem deixar vestígios para a população europeia, especialmente porque se espalhou para todas as esferas da vida. Na verdade, os banheiros comuns de hoje não existiam: os resíduos simplesmente derramavam das janelas as ruas das cidades. Isso causou terríveis epidemias, cujas causas foram descobertas somente após um período de tempo considerável. Felizmente, desde o século 19, a situação começou a mudar, as pessoas começaram a se tornar mais conscientes das questões de higiene, o que tornou possível parar os surtos de doenças infecciosas e simplesmente tornar a vida mais agradável.